terça-feira

Para o banquete dos morcegos

A Internet, ferramenta quase milagrosa de trabalho para profissionais de todas as áreas, incluindo os jornalistas, não me assusta. Mas me impressiona, sim, pela capacidade de ao mesmo tempo acolher e disseminar conhecimento e obscurantismo, talento e incompetência, tolerância e fascismo, arte e fraude, diversidade e racismo, beleza e grosseria, ética e delito, transparência e anonimato covarde, esperança e medo, civilização e barbárie.

(...) Na orgia de certos blogs e na sinistra árvore de comentários anônimos que os adornam (...) ninguém quer saber o que é verdade e o que é delírio.

É um caminho sem volta, assustador e ultrajante. Mas é parte do preço que vamos continuar pagando, sem hesitar, para viver e trabalhar em uma democracia.

O texto acima foi recortado do que escreveu Ernesto Rodrigues, ombudsman da TV Cultura,contra os ataques desferidos a ele pelo blogueiro da Veja, Reinaldo Jardim.

Mas aqui vem bem ao caso, pois eu o vi através de comentário apócrifo em um desses blogs que vituperam a ética e as virtudes democráticas em nome mesmo da democracia, do direito à livre expressão e do amor à terra natal, tudo isso temperado com a acidez cáustica e lacinante da crítica disparatada, ignorante, de má-fé.

Fora do seu real contexto, o comentário gerou indignação de pessoas que, por falta total de capacidade, não conseguiram alcançar seu significado simples e direto, quando o alvo do comentarista usurpador era o blog do “Cavalo Branco”.

Aliás, suspeito que os comentários indignados contra o usurpador são feitos pelos próprios crustáceos enfarinhados de forma apócrifa para dar uma idéia de participação enorme de leitores interessados.

O que existe por trás da fraude desses verdadeiros farofeiros é a tentativa de desarticulação política em Antonina. Para fazer o que fazem, motivados pela imensa dor de cotovelo que sentem por estarem fora do jogo – já que lhes falta o mérito – dedicam o tempo que têm de sobra para atirar pedra em quem quer que seja. Para ser alvo basta estar entre os vencedores ou articular algum projeto consistente para o desenvolvimento social, cultural e/ou econômico da cidade.

Contra o grande filósofo de botequim que eles tanto admiram, querem mesmo é que a prefeitura “engorde banana para os morcegos”. Criticam sem fundamento um governo que está apenas iniciando, com base em um gancho velho e enferrujado, que é o abandono institucional da cidade- por mais de 30 anos nas mãos de aproveitadores e vagabundos de toda laia. Ou seja, generalizam,têm a falácia como paradigma de conduta e código de ética de fumadores de pedra.

O editor/coordenador do blog só aprova comentários que o favoreçam ou que o ajudem a fazer o circo pegar fogo. Incita ao destempero, à rebelião sem metas e sem idealismo; faz piadas dos seus comentaristas e permite o desrespeito total à pessoa humana esquecendo-se de que todos, por trás do computador, tem uma vida pessoal e social, um dos primeiros princípios da ética na comunicação, mas quer destruir a reputação de qualquer um que não concorde com seus pontos de vista ou que estão onde ele pensa ou gostaria de estar mas não têm competência para tal. Trata todo mundo como idiotas e tem uma horda de idiotas repetindo as mesmas asneiras que publicam em nome de virtudes que nem sabe pronunciar.

Blogs são veículos de comunicação. Ter responsabilidade com o que se publica é uma obrigação garantida por lei. Nem mesmo uma mensagem enviada no Orkut está livre de ser utilizada como prova num tribunal. Evitar discutir um código de ética não evita que ele exista.

O blogueiro farofeiro é o responsável por todos os comentários que permite e há vários com teor difamatório, caluniadores, mentirosos e falsos que podem ser anexados numa ação judicial. São bananas maduras no pé, para o banquete dos morcegos.